Crise econômica do etanol chega ao Centro-Oeste
Nem o aumento ontem (4), de 25% para 27%, da mistura de etanol na gasolina, que começa a valer no dia 16, suavizou a crise que se abate sobre as usinas de álcool da região Centro-Oeste do Brasil neste primeiro trimestre de 2015. Segundo o secretário regional Centro-Oeste da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico), Diego Hilário Ribeiro, os empresários do setor do etanol estão reclamando da crise econômica.
“Em Goiás, por exemplo, já ouvi notícia de usina de etanol que pediu concordata. Mas conversando com companheiros de sindicatos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul tomei conhecimento do crescimento no número de homologação”, disse. Segundo ele, os patrões passaram a reclamar, porque precisaram reduzir a margem de lucro e a corda arrebenta do lado fraco. “Neste caso quem acaba pagando o pato é o trabalhador”, enfatizou.
Para evitar maiores prejuízos, Diego diz que nas negociações cresceu a preocupação na preservação do emprego. “A gente sabe que nas crises econômicas, os efeitos das consequências caem sempre sobre o trabalhador. O empregador começa falar do aumento de impostos e diminuição do lucro, para tentar justificar demissões”, afirmou.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, a alteração de crescer o percentual de etanol na gasolina não terá impacto para o consumidor, pois o preço do litro da gasolina nos postos de combustível não sofrerá nenhuma alteração. A decisão foi tomada a pedido da Anfavea (Associação de Fabricantes de Veículos) e vai ajudar as usinas de álcool na produção de mais etanol. Segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, o Brasil tem estoque de 1 bilhão de litros de etanol. (Luís Alberto Alves/Comunicação CNTQ)