Greve no IBGE impede divulgação total de pesquisa sobre emprego

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A Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi divulgada na manhã desta quinta-feira (26) sem todos os dados que tradicionalmente a compõem. Isso porque os funcionários do IBGE estão em greve e os dados do Rio de Janeiro, apesar de terem sido coletados, não puderam ser analisados. Com isso, não foi possível divulgar a média nacional da taxa de desocupação.

Foram divulgados os dados das regiões metropolitanas de São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Em junho, a taxa de desemprego caiu na região metropolitana de Belo Horizonte, segundo a pesquisa. O recuo foi de 0,6 ponto percentual sobre o mês anterior, de 5,1% para 4,5%.

Segundo a diretora do sindicato nacional dos servidores do IBGE, Susana Drumond, a greve é nacional e começou em 18 de junho, atingindo atualmente uma adesão de 60% da categoria.

Ela explicou que a principal reivindicação do movimento é o reajuste de 22%, e a abertura de concurso público, pois, de acordo com Susana, o IBGE tem no país 6.600 trabalhadores efetivos e mais de 4 mil temporários.

No Rio, são 3.500 efetivos e 450 temporários. O salário inicial fica em torno de R$ 5 mil e um funcionário em fim de carreira pode ganhar R$ 10 mil, explicaram os grevistas.

Os temporários, que não estão em greve, é que fazem a coleta dos dados para as pesquisas do instituto, segundo Susana, e a análise das informações é feita por analistas que estão em greve, mas trabalham de forma escalonada para não interromper totalmente a produção do instituto.

Mas assim como a Pesquisa Mensal de Emprego teve parte de seus dados não analisada em tempo para a divulgação, que obedece a um calendário fixo do IBGE, outras poderão vir a ser prejudicadas por falta de pessoal para produzi-las, diz Susana.

Já a assessoria do IBGE informou que as próximas pesquisas sobre Produção Industial Mensal (PIM) Índice de Preços ao Produtor (IPP) estão com sua divulgação mantida.

“Nos últimos anos, cerca de 30% dos que ingressaram no IBGE saíram para outros órgãos públicos ou para o setor privado em busca de melhores salários e benefícios. Dado que os projetos desenvolvidos pelo IBGE, em geral, são de longa maturação e requerem intensivo treinamento e qualificação, trata-se de uma perda muito significativa”, disse ela, explicando que para a categoria é fundamental que os novos trabalhadores e os temporários fiquem no IBGE já que existe ainda um grande contingente de funcionários que se aposentam.

O gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento, Cimar Azeredo, informou que assim que os dados de junho sobre emprego no Rio de Janeiro puderem ser analisados, uma vez que foram coletados, será feita uma nova divulgação da pesquisa em que poderá ser divulgada a taxa média de desocupação no país.

"Os dados do Rio estão coletados e preservados e tão logo seja possível esses dados serão disponibilizados, disse.

Ele disse ainda que a pesquisa, apesar da greve, é totalmente confiável pois passou por um processo de  análise de qualidade.

 

Fonte: G1